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Anti-inflamatório comum pode prevenir Alzheimer, diz estudo


De acordo com um novo estudo, tomar ibuprofeno diariamente pode ajudar a impedir o desenvolvimento da doença em pessoas com maior risco
Segundo estudos, tomar ibuprofeno precocemente pode evitar o desenvolvimento do Alzheimer (Thinkstock/VEJA/VEJA).

Tomar ibuprofeno diariamente pode prevenir o Alzheimer. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Alzheimer’s Disease, o medicamento seria capaz de reduzir a inflamação cerebral causada pelo acúmulo de proteínas beta amiloide, um sinal precoce da doença.

A medicina ainda desconhece exatamente o que causa o Alzheimer, mas já se sabe que o acúmulo de placas das proteínas tau e beta-amiloide no cérebro desempenham um papel importante na formação da doença. Segundo o novo estudo, o ibuprofeno, um anti-inflamatório comumente utilizado e popularmente conhecido, seria capaz de prevenir o desenvolvimento do Alzheimer em pessoas com altos níveis de beta-amiloide peptídica 42 (Abeta 42).

Pesquisas anteriores sugerem que depósitos de Abeta 42 no cérebro causam uma inflamação, destruindo os neurônios e podendo levar à demência. No entanto, a medida só seria eficaz em pessoas com maior acúmulo dessa substância e, portanto, com um risco aumentado de desenvolvimento da doença.

Teste de saliva

É ai que entra um teste diagnóstico desenvolvido pela mesma equipe de pesquisadores que descobriu o benefício do ibuprofeno. Em um estudo realizado em 2016, cientistas da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, descobriram que um simples teste de saliva pode identificar altos níveis de Abeta42 e indicar pessoas com maior risco de desenvolver Alzheimer.
A proteína é secretada pela boca e, em condições normais, seus níveis são os mesmos, independentemente do sexo e da idade. Entretanto, pessoas com uma concentração de Abeta42 duas ou três vezes maior que o normal já estariam em maior risco.
“O que aprendemos com nossa pesquisa é que as pessoas que estão em risco de desenvolver Alzheimer exibem os mesmos níveis elevados de Abeta 42 que as pessoas que já a possuem. Além disso, elas exibem esses níveis elevados durante toda a vida e, teoricamente, poderiam ser testadas a qualquer momento”, explica, Patrick McGeer, neurocientista e CEO da Aurin Biotech, e principal pesquisador do estudo.
Nessas pessoas, uma dose diária de ibuprofeno, de um ou dois comprimidos, seria capaz de reduzir a inflamação causada pela Abeta42 e, consequentemente, prevenir o desenvolvimento do Alzheimer.
“Sabendo que a prevalência do Alzheimer começa aos 65 anos, recomendamos que as pessoas sejam testadas dez anos antes, aos 55 anos, quando normalmente a doença começaria. Se eles apresentam níveis elevados de Abeta 42, então é a hora para começar a tomar o ibuprofeno.”, afirma McGeer.

https://veja.abril.com.br/saude/anti-inflamatorio-comum-pode-prevenir-alzheimer-diz-estudo/